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Janeiro
19
2023

Reitor da UFGD participa de encontro com ministros e presidente da República em Brasília

  Atualizada: 19/01/2023
A reunião dá inicio à retomada dos encontros entre a gestão federal e os dirigentes de instituições públicas de ensino superior, frequentes em governos passados, porém paralisados nos últimos anos

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Reunião entre reitoras e reitores e presidente da República. Crédito da imagem: Palácio do Planalto


Em ocasião histórica, o reitor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Jones Dari Goettert, participou na manhã desta quinta-feira (19/01) de reunião entre reitoras e reitores de universidades e institutos federais de ensino e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Na presença dos ministros da Educação, Camilo Santana, da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, e da Casa Civil, Rui Costa, o presidente afirmou que o encontro de hoje, no Palácio do Planalto, em Brasília-DF, é o “encontro da civilização”.
 
“Estamos começando um novo momento, sei do obscurantismo que se viveu nos últimos 4 anos, e eu quero dizer que estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade de um novo tempo”, disse Lula. A agenda marcou a retomada de encontros anuais entre a Presidência da República, ministros e dirigentes das instituições de ensino, iniciados na gestão de Fernando Haddad à frente do Ministério da Educação (2005-2012), durante os governos Lula e Dilma Rousseff.
 
Na reunião, Lula frisou que durante todo o seu mandato a autonomia das universidades será garantida, com a nomeação dos reitores escolhidos pela comunidade acadêmica, e que fará reuniões anuais para alinhar os compromissos. “Vocês terão o direito de ser responsáveis, porque quem é eleito para ser reitor deve ter responsabilidade com o dinheiro, com a administração e com o zelo da universidade”, disse aos 106 representantes de universidades e institutos.
 
O anúncio, conforme o reitor da UFGD, valoriza os processos realizados dentro das instituições, não somente no que diz respeito à escolha de seus dirigentes. “É a valorização da autonomia da universidade, uma autonomia que se faça, de fato, numa relação com a comunidade que a envolve, de maneira conjunta, em diálogo com trabalhadoras e trabalhadores, indígenas, quilombolas, negras e negros, moradores de comunidades historicamente periferizadas, membros de sindicatos, empresários, ou seja, com o mundo do trabalho atual. Pois cabe às universidades pensar o mundo do trabalho e as perspectivas e possibilidades colocadas por meio desse diálogo aberto e franco”, explanou o docente, que, mesmo constando de lista tríplice judicialmente validada, somente foi nomeado reitor da UFGD após três anos de intervenção do Ministério da Educação sobre a instituição, durante o último governo.
 
PORTAS ABERTAS PARA TODAS E TODOS
 

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com reitoras e reitores, em Brasília-DF. Crédito da imagem: Palácio do Planalto

 

Lula defendeu, também, a ampliação de programas como o ProUni e o Fies, para abrir as portas da universidade e criar oportunidades para a população mais pobre. “Deixa esse povo entrar para a gente ver como vai ter um país altamente melhor do que tem hoje”, disse.
 
O presidente destacou, ainda, os avanços promovidos na educação brasileira em sua gestão ao longo de dois governos (2003-2010). “Eu tenho orgulho de ter vivido um momento em que a gente mais acreditou na educação. O momento em que a gente mais investiu em ciência e tecnologia, na educação universitária, no ensino fundamental, no ensino médio e nos institutos federais”, afirmou. Lula criticou, também, a interrupção dos encontros nos últimos governos. “Eu nunca consegui compreender a dificuldade de um presidente da República se encontrar com reitores uma vez por ano. A única explicação que vejo é o medo de ouvir reivindicações”, disse.
 
Para o presidente, a escolha dos cursos prioritários para o país também deve ser motivo de discussão. “O Brasil não pode ser o país do mundo que tenha mais universidades para formar advogado, precisamos formar outras pessoas. Precisamos investir mais em engenharia, em médicos. Na maioria das cidades desse país, temos carência de médicos. É preciso adotar a política de levar benefício para a pessoa que mora distante, senão, ela vem para a cidade e vai ser mais uma pessoa pobre inflando a pobreza nas grandes metrópoles brasileiras, que custa muito mais caro que levar o benefício até ela”, argumentou.
 
RETOMADA
 
O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, destacou a importância da retomada do encontro logo no primeiro mês de gestão. “Essa geração de reitores e reitoras – e creio que parte da geração anterior – não sabe o que isso significa, porque nunca experimentou uma reunião com o presidente da República, no Palácio do Planalto. Tenho certeza de que é um gesto carregado de simbologia”, afirmou.
 
Ricardo Fonseca fez, ainda, um resgate das dificuldades enfrentadas pelas universidades e pelos institutos ao longo dos quatro anos de governo Bolsonaro. “Nossas universidades federais foram maltratadas, detratadas e esganadas orçamentariamente. Fomos colocados como alvo e, pior, fomos alijados do nosso papel natural, que é estar a serviço do Brasil nos projetos de desenvolvimento nacional”, lembrou.
 
O presidente da Andifes falou da disposição de as universidades e os institutos retomarem seu papel. “Este conjunto [de instituições] quer apresentar a esse governo sua firme disposição de estar a serviço do Brasil a partir de agora. Nós sabemos que o berço da produção de ciência e tecnologia são as universidades públicas brasileiras e sem ciência e tecnologia não há desenvolvimento, não há soberania, não há civilidade”, ressaltou.
 
O dirigente pontuou, também, a atuação das universidades na defesa da democracia e reforçou a importância de contribuírem em diferentes esferas. “Queremos nos colocar a serviço dos projetos estratégicos do Brasil, nas áreas de meio ambiente, de energia limpa, de reindustrialização e de educação, para acabar com essa dualidade entre a educação superior e os demais níveis de ensino, porque as universidades entendem que a educação básica e os outros níveis de educação também são assuntos nossos”, completou.
 
PATRIMÔNIO DA INTELIGÊNCIA
 

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Lula e ministros durante reunião com reitoras e reitores. Crédito da imagem: Palácio do Planalto
 
O encontro também teve o objetivo de apresentar os reitores ao novo ministro da Educação, Camilo Santana, e à nova ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. As duas pastas mantêm relação direta com o dia a dia das instituições.
 
Luciana Santos lembrou que as universidades são um patrimônio da inteligência brasileira e defendeu que apenas por meio da ciência é possível resolver os problemas do país em diferentes esferas. Para isso, segundo ela, será preciso resgatar valores civilizatórios, ignorados e até combatidos nos últimos anos.
 
A ministra advogou, por fim, sobre a necessidade de um ambiente democrático para o desenvolvimento da ciência e afirmou que, à frente da pasta, terá atuação incansável para assegurar os recursos necessários para a ciência e a tecnologia brasileiras. Camilo Santana, da Educação, falou sobre a importância do ensino, em seus diferentes níveis, entre os quais o superior, que voltará, conforme o ministro, a ter a devida valorização no terceiro governo Lula e na gestão do ministério.
 
Jornalismo ACS/UFGD com informações da Agência Brasil e do Portal UFMG



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