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Dezembro
09
2025

Pesquisadora da UFGD é premiada pelo programa Para Mulheres na Ciência do Grupo L’Oréal no Brasil

  Atualizada: 10/12/2025
Reconhecimento destaca a relevância da pesquisa sobre impactos ambientais e resistência de fungos no Pantanal

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A professora Luana Rossato, da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), foi uma das oito pesquisadoras brasileiras contempladas com a bolsa-auxílio de R$ 50 mil da edição 2025 do prêmio Para Mulheres na Ciência. A iniciativa é promovida pelo Grupo L’Oréal no Brasil, em parceria com a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a UNESCO no Brasil, com o compromisso de fortalecer a diversidade e valorizar a produção científica nacional.

A cerimônia de premiação ocorreu no dia 4 de dezembro, no Palácio da Cidade, no Rio de Janeiro, em evento fechado. O programa integra uma iniciativa global que, anualmente, reconhece mais de 350 jovens cientistas em 110 países, por meio de ações regionais e nacionais.

Luana Rossato foi uma das quatro premiadas na categoria Ciências da Vida. Sua pesquisa investiga como a exposição a agrotóxicos e incêndios florestais no Pantanal pode favorecer o surgimento de fungos ambientais resistentes a antifúngicos e capazes de causar doenças graves em humanos. Pela sua trajetória científica na área de microbiologia, é membro permanente da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Para ela, o reconhecimento reforça a relevância do trabalho desenvolvido ao longo da carreira. “Este prêmio representa a validação de uma trajetória construída com persistência, rigor e compromisso. Em um país onde fazer ciência exige resiliência diária, especialmente para nós mulheres, é gratificante ver nosso trabalho reconhecido. A visibilidade proporcionada amplia oportunidades de colaboração, fortalece projetos e ajuda a romper barreiras que historicamente limitaram a presença feminina em diversas áreas”, afirmou.

 

O estudo analisará fungos presentes no solo, na água e na vegetação sob diferentes níveis de contaminação. A partir do material genético coletado, serão identificados genes ligados à virulência e à resistência a medicamentos. Os resultados devem apoiar estratégias de vigilância sanitária e alertas precoces voltados a populações rurais e indígenas, reforçando a importância de enxergar a saúde humana, animal e ambiental de forma integrada.

Ao contextualizar o projeto, a pesquisadora explicou que sua trajetória na área de resistência antifúngica a levou a observar a relação direta entre desequilíbrios ambientais e a adaptação de microrganismos. Ela destaca que o Pantanal, submetido a pressões ambientais há décadas, é um cenário propício para esse tipo de investigação.  “Alterações no ambiente podem favorecer o surgimento de microrganismos mais tolerantes ao estresse e potencialmente mais virulentos. A literatura já aponta que alguns agrotóxicos exercem pressão seletiva sobre a microbiota, contribuindo para linhagens resistentes, como casos de Aspergillus fumigatus resistente a azóis”, explicou.
 

Para Luana, a pesquisa é urgente por estar alinhada a alertas internacionais sobre a resistência antifúngica, considerada pela Organização Mundial da Saúde uma das maiores ameaças à saúde global. “Estudar esse fenômeno no Pantanal, um bioma sujeito a pressões ambientais extremas, é essencial para antecipar riscos, orientar políticas públicas e fortalecer ações de vigilância dentro da perspectiva de ‘uma só saúde’”, destacou.
 

A pesquisadora ressaltou que o projeto ainda está em fase preparatória, dedicada ao planejamento metodológico e à organização das atividades de campo e laboratório.  Segundo ela, os recursos concedidos pelo prêmio permitirão agilizar as primeiras etapas da investigação.  “Estamos definindo as áreas de amostragem, organizando as expedições de campo e padronizando os protocolos laboratoriais que serão usados no isolamento e na análise dos fungos. O financiamento vai acelerar essa fase inicial e contribuir para a construção da base microbiológica e ambiental do estudo”, concluiu.
 

Representatividade e impacto científico

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O prêmio reconhece pesquisas desenvolvidas por mulheres em áreas estratégicas para o desenvolvimento científico do país, abrangendo Ciências da Vida, Ciências Físicas, Ciências Químicas, Matemática, Ciências da Engenharia e Tecnologia.
 

Além de Luana Rossato, foram premiadas em 2025:

Ciências da Vida: Jaqueline Sachett (UEA), Juliana Hipólito (INMA) e Sonaira Silva (UFAC);
Ciências da Engenharia e Tecnologia: Paula Maçaira (PUC-Rio);
Ciências Matemáticas: Renata Guerra (UFSM);
Ciências Físicas: Thaís Azevedo (USP);
Ciência Química: Vanessa Nascimento (UFF).
 

Ao longo de duas décadas, o programa Para Mulheres na Ciência consolidou sua relevância para a sociedade e para a ciência brasileira. Mais de 140 pesquisadoras já foram contempladas, somando mais de R$ 7 milhões investidos em projetos que contribuem diretamente para o avanço científico no país.



Jornalismo ACS/UFGD com informações de FSB Comunicação/Grupo L’Oréal
 

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Foto: Selmy Yassuda
 

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