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Julho
17
2019

UFGD encerra digitalização do Jornal O Progresso

  Atualizada: 17/07/2019
Os trabalhos iniciaram-se pela coleção publicada em Ponta Porã, na década de 1920, e posteriormente, iniciados a partir de 1951, quando o periódico foi recriado em Dourados

* Texto de Flavio Verão publicado originalmente no Jornal O Progresso edição de 16/07/2019, disponível em https://www.progresso.com.br/edicao-impressa/2793/16-07-2019/

A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) encerrou neste mês de julho a digitalização do jornal O Progresso, matutino mais antigo em circulação no estado de Mato Grosso do Sul. Ao todo foram digitalizados 54 anos de edições, de abril de 1951 a agosto de 2005, sendo que a partir desta última data as edições do jornal passaram a somar a versão digital em PDF.
Criado no início da década de 1920 na cidade de Ponta Porã, O Progresso circulou de forma esporádica até 1924, por Rangel dos Passos Torres. O seu filho Weimar Gonçalves Torres prometeu ao pai reativar este matutino, o que ocorreu em 21 de abril de 1951, na cidade de Dourados. Desde então nunca mais parou. Casado com Adiles do Amaral Torres, Weimar administrou O Progresso até 1969. Após a sua morte, quem assumiu foi Wlademiro do Amaral. Adiles assumiu a função de diretora-presidente em 1982, após a morte do pai Wlademiro.
Durante quase sete décadas de existência o jornal mudou muito em sua materialidade. Em sua primeira década, por exemplo, possuía uma média de 4 páginas, e era semanal; já nos primeiros anos da década de 2000, contava com uma média de 32 páginas, sendo diário. Ao todo, foram digitalizadas mais de 145.500 páginas, cerca de 90 GB de arquivos em PDF.
Foram seis anos de trabalho coletivo de digitalização na UFGD. De forma regular e contínua atuaram cerca de 20 pessoas, entre a equipe fixa do projeto, coordenado pelo professor Paulo Roberto Cimó Queiroz e com o apoio dos professores Rogério Silva Pereira, Carlos Barros Gonçalves, das bibliotecárias Ivanir Martins de Souza e Flávia Pelegrinelli, demais servidores da UFGD, e diversos acadêmicos de graduação que ao longo dos seis anos integraram a equipe como bolsistas do Projeto, financiados pelo jornal O Progresso e pela UFGD.
O professor Carlos Barros Gonçalves explica que O Progresso sempre foi uma das principais fontes de pesquisa buscadas no Centro de Documentação Regional da UFGD, que também possui um acervo impresso do periódico, já que este serve de apoio para estudos nas mais diversas áreas do conhecimento. “A consulta foi consideravelmente ampliada já nos primeiros meses de digitalização. O desenvolvimento do Projeto vem sendo motivo de elogios não apenas pela comunidade acadêmica, mas pela população em geral. O interesse pelo jornal vai além da pesquisa científica, pois regularmente pessoas com interesses familiares, afetivos, trabalhistas e judiciais procuram acessar o acervo digital, já que o jornal sempre abarcou uma multiplicidade de eventos, temáticas curiosas”, diz o professor.
Os arquivos digitalizados podem ser consultados por meio de quatro computadores no Centro de Documentação da UFGD. Paulo Cimó explica que basta digitar no sistema de busca uma palavra desejada que na sequência aparecerá uma lista com edições de todas décadas. “De cada 10 pesquisas históricas sobre Dourados, sete usam o jornal O Progresso como referência”, afirma o professor. O Centro de documentação reúne materiais impressos antigos de Dourados e da região de diferentes órgãos de imprensa. E engana-se quem pensa que as pesquisas são feitas apenas por historiadores. “Tem pesquisadores de várias áreas como sociologia, antropologia, saúde, enfim, e envolve também pesquisa de jornais mais recentes, da década de 2000”, reiterou. Atualmente, pela UFGD, há uma pesquisa de doutoramento em História e uma de mestrado em Estudos da Linguagem (Unicamp) sendo realizadas exclusivamente a partir do acervo digital O Progresso.
A diretora-presidente deste matutino, Adiles do Amaral Torres, destaca o empenho e dedicação da equipe da universidade em digitalizar as páginas do jornal. Ela diz que sem o apoio da UFGD seria difícil realizar este trabalho. Antes, muitos pesquisadores vinham diretamente ao jornal fazer a pesquisa, de forma manual, o que deteriorava os acervos mais antigos. Está em estudo a possibilidade deste matutino disponibilizar todo o acervo na internet, para tornar a pesquisa mais prática, podendo o pesquisador realizar a consulta de sua própria casa.
Os professores Marisa Lomba, Carlos Barros, Rogério Silva Pereira e Paulo Cimó estiveram no jornal para entregar o arquivo em PDF de todas as edições digitalizadas à Adiles do Amaral Torres. Salvos em um HD externo, fará parte do acervo digital O Progresso.