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Outubro
16
2014

UFGD inaugura restaurante da Economia Solidária

  Atualizada: 16/10/2014
Projeto da Incubadora de Tecnologias Sociais e Solidárias da UFGD, Bistrô Eco Sol, transforma produção em refeições

A partir de quinta-feira, 16 de outubro, a comunidade universitária tem uma nova opção em alimentação na unidade 2. Foi inaugurado, pela manhã, o Bistrô Eco Sol, um projeto de extensão da Incubadora de Tecnologias Sociais e Solidárias (ITESS) que vai transformar a produção dos grupos incubados de Economia Solidária em refeições elaboradas e de alto valor nutricional.

Funcionando como um laboratório de ensino, pesquisa e extensão, o projeto é um restaurante-escola que pretende trabalhar o empreendedorismo com grupos que incluem assentados da reforma agrária, indígenas e quilombolas. Todo o processo de produção dos alimentos é acompanhado por duas professoras (uma economista e uma nutricionista) e segue as normas da legislação sanitária e rigorosos padrões de qualidade.

A primeira refeição servida no almoço de hoje teve como prato principal galinhada com pequi. Esse, aliás, é um dos diferenciais do restaurante: trabalhar a harmonia de cores e texturas utilizando, sempre que possível, alimentos típicos do Cerrado. O cardápio do Bistrô terá, ainda, pratos como carreteiro de charque com mandioca frita, sobá, macarrão de massa caseira (de beterraba, espinafre), feijoada, dentre outros. A salada é sempre à vontade, com hortifrútis orgânicos e oferecendo cinco cores de vegetais ao dia.

A princípio, o restaurante atenderá apenas uma vez por semana e vai aumentando, gradualmente, a frequência de atendimento. A meta é poder servir refeições de segunda a sexta-feira. Por limitação de espaço, os atendimentos serão feitos apenas sob reserva e haverá um limite de 110 refeições servidas por dia.

Dúvidas sobre os dias de atendimento, cardápio e reservas podem ser retiradas pelos telefones 3410-2896 / 2897.

Empreendedorismo

De acordo com uma das professoras responsáveis pelo projeto, Angélica Magalhães, o Bistrô Eco Sol, mais do que adotar medidas protecionistas com os grupos incubados, pretende dar autonomia ao trabalho. “Dados estatísticos apontam que apenas 30% dos restaurantes sobrevivem mais de 3 meses. Isso acontece porque existe pouca habilidade de gestão na área, esse é o desafio. Nós estamos preocupados com o empoderamento dessas comunidades para que elas possam se tornar autônomas e, posteriormente alçar voo, replicando esse projeto em suas comunidades. Porque essas comunidades têm um perfil importante para o turismo rural, que inclui a área de gastronomia”, defende a professora.

Parceria

Uma das novas empreendedoras que trabalha no restaurante, Luciana Pogliesi, destacou que o Bistrô é resultado de um projeto que vem sendo trabalhado, junto à ITESS, há mais de 8 anos no assentamento onde mora e que é um dos incubados da UFGD, o Lagoa Grande. “Durante todo esse tempo a Universidade tem sido solidária conosco e ajudado a divulgar nossa produção. Quem imaginaria que o assentando ia deslanchar assim? Quero agradecer, em nome das 151 famílias assentadas do Lagoa Grande, pelo apoio que a UFGD tem dado em nossa produção e pela divulgação da agricultura familiar”.

Para o reitor Damião Duque de Farias, a parceria estabelecida entre a Universidade e os assentamentos, comunidades indígenas e quilombolas é um pontapé inicial para começar a transformar a sociedade em que vivemos. “O ingrediente fundamental disso tudo é que esse processo tem sido elaborado por pessoas que acreditam que é possível construirmos novas relações sociais e comerciais e, assim, transformarmos sociedade. Evidentemente estamos em um universo micro, mas podemos, a partir dele, imaginar o que poderíamos construir não só dentro da UFGD, mas na sociedade de uma maneira geral. Estão todos de parabéns. Obrigado por confiarem em nós. Sempre que possível vamos estabelecer esse tipo de parceria”, finalizou o reitor.




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